A WebQuest enquanto recurso didáctico

“A WebQuest is an inquiry – oriented activity in which some or all of the information that learners interact with comes from resources on the internet, optionally supplemented with videoconferencing.”
(Dodge, 1995)

O que é uma WebQuest?

O conceito de WebQuest (WQ) foi criado em 1995, pelo Professor Bernard Dodge, da San Diego State University, com a colaboração de Tom March.


As WQs constituem-se como uma metodologia de pesquisa na World Wilde Web, baseadas na resolução de problemas, e cujo objectivo é dinamizar experiências de aprendizagem que estimulem a pesquisa e o pensamento crítico (Dodge, 1995).


Uma WQ pode ser considerada uma estratégia de aprendizagem, constituída por actividades contextualizadas e motivadoras, disponibilizadas na Web, propostas por professores para serem resolvidas por um grupo de alunos (Dodge, 1995).


As WQs são actividades de investigação que se baseiam em informações obtidas a partir de recursos existentes na Internet. Constituem-se como recursos potenciadores de pesquisa de informação, permitindo acedê-la de uma forma didáctica. Desenvolvem capacidades de uso e tratamento de informação, permitindo analisar, sintetizar, avaliar e formular conclusões.


Quais são os seus componentes?

A WQ é constituída por 6 componentes(Dodge,1995):

  • introdução ao tema a tratar, onde se apresenta ao aluno a actividade a realizar, de forma actual, relevante e motivadora;

  • tarefa que o aluno vai realizar e que deve ser desafiante e executável, fornecendo aos alunos informações sobre a forma como vão ter de apresentar o produto final;

  • processo através do qual o aluno é orientado para a realização da tarefa, descrevendo os passos que devem ser seguidos;

  • recursos disponíveis preferencialmente na Web, previamente seleccionados para permitirem a produção efectiva do conhecimento, devem fornecer ao aluno informações relevantes para que estes utilizem o seu tempo, a usar a informação e não a procurá-la;

  • avaliação, que deve explicitar os indicadores qualitativos e quantitativos que vão ser levados a cabo na avaliação do seu desempenho, devendo explicitar claramente, como irão ser avaliadas as tarefas;

  • conclusão, que relembra o ponto final daquele projecto, procurando dar resposta ao problema inicial, estimulando a reflexão e devendo despertar o aluno para pesquisas futuras.
O que é a Webtaskonomy?
De acordo com Dodge (2002), a tarefa constitui a mais importante fase de uma WQ, por estimular o pensamento nos alunos, ultrapassando a simples compreensão. Neste sentido sugere 12 tipos diferentes de tarefas (taskonomy):


  • reconto (redigir ou contar o que se leu);

  • compilação de dados;

  • mistério (papel de detective);

  • jornalismo (papel de repórter);

  • desenho (criar um produto ou planear uma acção);

  • produtos criativos (criar uma história, poema, canção, poster, pintura);

  • consenso (conciliar diferentes pontos de vista);

  • persuasão (apresentar pontos de vista);

  • auto-conhecimento (reflexão sobre questões éticas e morais; apreciação de obras de arte, etc.);

  • análise (identificar semelhanças e diferenças);

  • julgamento (ordenar, classificar ou escolher entre algumas opções);

  • científica (definir e testar hipóteses; descrever e interpretar resultados).



http://projects.edtech.sandi.net/staffdev/tpss99/tasksimap/images/taskonomy.gif

Como fazer a avaliação?

De acordo com Dodge (2001), antes da WQ ser disponibilizada aos alunos deve ser avaliada, propondo como critérios de avaliação os seguintes:

  • componente estética (componente visual, navegação, aspectos técnicos e mecânicos);

  • introdução ( motivação temática e cognitiva);

  • tarefa ( relação da tarefa com o que é habitual e nível cognitivo da tarefa);

  • processo (clareza do processo, estrutura do processo, riqueza do processo);

  • recursos ( quantidade de recursos e qualidade de recursos);

  • avaliação (clareza dos critérios de avaliação).

A avaliação da componente estética da WQ pode ser feita com base (Dodge, 1999). Fine Point Checklist. Disponível em http://www.iep.uminho.pt/aac/diversos/webquest/(consultado em 6.4.2010) e de acordo com a grelha proposta por Bellofatto, L.; Bohl, N.; Casey, M.; Krill, M. & Dodge, B. (2001a). A Rubric for Evaluating WebQuests. Disponível em http://webquest.sdsu.edu/webquestrubric.html(consultado em 6.4. 2010).

O que incluir na conclusão?

A conclusão deve disponibilizar um resumo da experiência proporcionada pela WQ, salientando as vantagens de se ter realizado o trabalho. Deve também despertar para futuras pesquisas. Pode apresentar uma pergunta, um problema ou desafio a resolver, um site para explorar, entre outros.

Referências biblográficas:


Dogde, B. (1995). Some thoughts about WebQuests. Disponível em http://webquest.sdsu.edu/about_webquests.html


Dodge, B. (2001). A Rubric for Evaluating WebQuests. Disponível em http://webquest.sdsu.edu/webquestrubric.html


Dodge, B. (2002). WebQuest taskonomy: a taxonomy of tasks. Disponível em: http://webquest.sdsu.edu/taskonomy.html


Site sobre WebQuests:

http://www.iep.uminho.pt/aac/diversos/webquest/

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