Analogias no ensino da Química


Há muitos anos atrás, ainda estudante na faculdade, fiz uma breve pesquisa sobre a utilização de analogias no ensino da Química e descobri na revista "Chemical Education" uma analogia fantástica que utilizei inúmeras vezes, anos mais tarde, quando leccionava o programa de Química de 12º ano.

"Young Woman or an Old Lady?" é uma imagem interessante que tem sido muito utilizada pela Psicologia para interpretar traços de personalidade. Na altura, achei-a útil para o ensino da " dualidade corpúsculo-onda ".

A dualidade da natureza da luz, comportando-se umas vezes como onda, outras como partícula, levou Louis De Broglie, em 1824, a construir uma ideia revolucionária sobre a natureza do electrão, que também poderia apresentar características ondulatórias ou corpusculares, dependendo do fenómeno em estudo, mas nunca os dois comportamentos em simultâneo. Esta ideia constitui hoje um dos princípios fundamentais da Mecânica Quântica.

A analogia explorada com esta imagem baseia-se no facto de podermos ver a senhora idosa ou a mulher nova, dependendo dos pontos que tomamos como referência, mas nunca as duas em simultâneo.

Diversos autores reconhecem inúmeras potencialidades no ensino e aprendizagem das ciências com recurso à exploração de analogias, contudo existem também algumas limitações, sobretudo no que concerne à analogia poder ser interpretada (ou mesmo confundida) com o conceito em estudo, ou dela serem apenas retidos os detalhes pitorescos, sem se chegar a atingir o que a analogia pretendia.
Será possível utilizar a mesma analogia para explicar o Princípio da Incerteza de Heisenberg?

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